Agroalimentar<br> Vaticano e Nova Ordem
«No Brasil, nunca os banqueiros, as empreiteiras, o agronegócio e os monopólios, tiveram tantos lucros. A política económica e a política externa do Estado burguês estão ao serviço do projecto de fazer do Brasil uma grande potência capitalista mundial… Mas a verdade é que 50% do orçamento do Estado se destinam a pagar os juros da dívida pública... A desigualdade social aumenta e 46% dos recursos das famílias brasileiras têm elevadíssimos índices de endividamento!» (Nota ao Fórum de S. Paulo, Agosto 2010).
«Crescendo a ritmo acelerado e sem condições para garantir a auto-suficiência alimentar da população, a China revela-se como o motor do desenvolvimento brasileiro. Na China, vive-se um verdadeiro milagre económico. O PIB cresce ao ritmo anual alucinante de 9% num país com cerca de um bilião e 300 milhões de habitantes. Só em soja, a China adquiriu no mercado brasileiro, num só ano, mais de 6 milhões de toneladas de semente em grão desse produto» (Editora Globo, S.A., Maio 2014).
«Bento XVI faz pensar na necessidade de criar uma economia social de mercado global. Isso, inclui a obrigação de os países ricos aumentarem a ajuda ao desenvolvimento e não abandonarem à sua sorte os países mais pobres» (Angela Merkel, após a leitura da encíclica «Caritas in veritatis», 2009).
«No funcionamento do capitalismo, as crises são artifícios, são maneiras artificiais de acumular capital-dinheiro, para que essa acumulação se faça pela exploração do trabalho e apropriação da mais-valia criada pela força de trabalho tornada mercadoria» (Sérgio Ribeiro, «Actualizar a leitura da crise», Agosto 2010).
A manter-se o actual quadro de poder capitalista mundial, tudo irá de mal a pior. Os capitães neoliberais propagandeiam prosperidade e desenvolvimento e criam, na realidade, mais miséria, doença e fome. Tentam impor aos povos a ditadura dos monipólios acorrentando-os a novas formas de colonialismo. O resultado está à vista: caminha-se para o retorno aos regimes nazis; para a destruição da economia e dos valores democráticos; e para uma III Guerra Mundial promovida por prévias acções terroristas. Em todos os passos desta escalada do medo, a Igreja católica institucional surge constantemente aliada ao banditismo neocapitalista.
Não será preciso ser-se profeta para reconhecer que o agronegócio vai em breve ascender a vedeta do grande capital. Tudo aponta nesse sentido. A fachada capitalista em ruína económica e social tentará reerguer-se através do negócio da fome e das necessidades primárias dos pobres. A fome pode tornar-se uma imensa fonte de lucro. E na verdade, o agronegócio movimenta massas financeiras esmagadoras. Apoia-se nas estratégias dos grandes burlões políticos e empresariais. Contribui para imobilizar os pobres paralizando-os, pelo medo, nas fronteiras da miséria. Desarticula a resistência dos trabalhadores e enfraquece a defesa das suas conquistas fundamentais. O agronegócio, no plano político, parte da tese de que lhe é possível fazer recuar a história aos tempos da escravatura, do trabalho não remunerado e do nomadismo como fuga à morte, à guerra e à crueldade da miséria extrema. «Esmagar os homens e as suas classes sociais é a forma mais eficaz de acabar de vez com a luta de classes», pensam os banqueiros.
Neste ponto da leitura que esboçamos aqui, vamos reencontrar a Nova Ordem Mundial, que só é nova nos requintes da sua malvadez. Através dos tempos, também a sua ideologia inspirou templários, jesuítas, inquisidores e nazis-fascistas. Todos eles recorreram aos métodos mais cruéis e amorais para expandirem por toda a terra os implacáveis objectivos da Coroa e da Cruz, das elites e raças iluminadas ou da riqueza para os ricos e pobreza para os pobres. Se é certo que o agronegócio não é toda uma obra mas apenas um dos seu capítulos, a sua enorme importância política não se deve menosprezar. Ela é o inverso de toda a nossa luta pela paz, pelo progresso e pela justa distribuição da riqueza produzida pelo Homem e pela Natureza.
Correndo o risco de excedermos o nosso espaço, citaremos o banqueiro sionista Paul Warburg, a propósito da Nova Era que os monopólios tentam instalar e que inclui, necessariamente, o agronegócio: «Teremos um Governo Mundial e um Sistema Monetário Único sob controlo de oligarcas hereditários, não eleitos, seleccionados como na Idade Média por via feudal. Nessa unidade global a população será limitada por quotas, não devendo ultrapassar, no mundo, um bilião de seres que possam ser úteis à classe governante. Quanto à restante população desaparecerá em função da selecção natural promovida pela limitação legal do número de crianças por família, pelas doenças, pelas guerras e pela fome...».